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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

2012 TÁ CHEGANDO!





José Weis
Horror, tragédia ou catástrofe, difícil fica de definir tudo o que aconteceu na região serrana do Rio de Janeiro, na segunda semana do ano. Quase mil mortos, oficialmente, mas há estimativas bem acima disso. Cidades destruídas e as economias dos municípios totalmente comprometidas.
E tudo isso poderia ser evitado se houvesse previsão e atitudes. Na verdade, foi muito mais do mesmo. Outra vez são lamentadas expiadas tantas mortes e destruição, quando nada foi feito antes. Mais que a banalização da violência, vivemos tempos de banalização da morte. Nem mesmo mais de mil mortos, nem as piores nevascas dos últimos tempos no hemisfério norte, chegou a
nevar nos picos elevados da Austrália, em pleno verão no hemisfério sul. Até o fato da água do mar estar engolindo o litoral do Ceará, nada causa impacto, nem move e muito menos comove as chamadas autoridades. A natureza emite seus alarmas, parece que ninguém se importa com isso.
Para a mídia, duas imagens certamente farão parte das retrospectivas, ao do cãozinho que ficou famoso por engano, ao lado de uma cova recém coberta. E a da mulher sendo puxada por uma corda, ela deixa cair um cachorro na correnteza...  
Outro dia, numa matéria que eu fazia para o Diário de Canoas sobre o embarque de remédios, roupas e alimentos aos atingidos pelas chuvas no Rio de Janeiro. Era um avião Hércules, da FAB, o chefe da tripulação, tenente coronel Luis Cosme, relatava sobre o que vivenciou lá na região. Ele disse que muitos dos mortos talvez jamais sejam encontrados, seus corpos foram dilacerados nas enxurradas que carregavam e rolavam pedras, árvores e automóveis, “pareciam de papel”. E encerrou o papo com um alerta; “a natureza está batendo na porta. E 2012 já tá chegando”.

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