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domingo, 13 de março de 2011

A pesquisa carona e a carona do pesquisador

Às vezes, acontece cada coisa na vida de um entrevistador de mídia – o cargo que me atribuem no instituto de pesquisa onde trabalho. Neste domingo de março, daqueles escaldantes. O que faz lembrar o Senegal, onde os viventes locais reclamam do calor porto-alegrês que faz por lá.
Pois bem, por circunstâncias que não veem ao caso agora, comecei a puxar um a pé em plana RS-20, entre Gravataí e Sapucaia do Sul. No ritmo do pé na estrada lá ia eu, chapéu, algum protetor solar, mochila leve às costas rumo ao meu destino de mais um tarefa a cumprir.
Eis que senão quando, um senhor para o carro, e me chama de um jeito de quem insiste em falar comigo. “Tu tá indo pra Sapucaia”?  Um Corcel II, ele de motorista e uma família completa abordo. Não entendi, pensei que fosse alguém querendo alguma informação. De repente me oferecem carona pelo menos até o viaduto, ponto de cruzamento da RS-20 com a RS-118, de onde poderia pegar o ônibus para seguir adiante.
Uma carona, assim de graça – não é pleonasmo – é que uma das filhas da família me reconheceu do ônibus que peguei para ir de Porto Alegre a Gravataí, quando tentava me informar sobre o jeito de ir até Sapucaia. A guria me reconheceu no meio do caminho, sob abrasante sol, e teve um gesto solidário e toda a família se comprimiu mais um tanto para me levar até o pondo desejado. Solidariedade que se vê muito pouco nestes tempos de boliche automobilístico; disputa-se para conseguir derrubar o maior número de ciclistas.
Uma carona nesta hora? A última carona que tive, foi do tipo que inclui uma pesquisa dentro de outra em andamento. Na verdade foi mais um bode fedorento que as chefias enfiam na sala de visita da nossa disposição em trabalhar, depois tiram o tal bode e agente continua ralando sob o sol.
Foi coisa de filme de estrada. Uma trilha sonora? Que tal Neil Young, de Comes A Time, Nei Lisboa, de Relógios do Sol.   

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